Com a estreia de Animais Fantásticos e Onde Habitam nos cinemas, o personagem Grindelwald volta a ganhar destaque. Mas você ainda se lembra da história de Gerardo Grindelwald?
Antes de assistir ao filme, relembre a trajetória infame do vilão!
Um jovem brilhante
Gerardo Grindelwald nasceu em 1882 e desde cedo mostrou seu talento para a magia. Rita Skeeter descreveu ele como “tão precocemente brilhante quanto Dumbledore” no terrível livro A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore.
Grindelwald era descrito como ambicioso, charmoso e com uma personalidade magnética. Seu desprezo pelas regras foi um traço que o acompanhou desde cedo.
Durmstrang e sua atração pelas Artes das Trevas
Grindelwald foi aluno de uma das principais escolas de magia do mundo: Instituto Durmstrang. O jovem sempre sentiu um apelo para a magia negra e Durmstrang era o lugar ideal para alguém assim. Ao contrário de Hogwarts, Durmstrang encoraja os seus alunos a estudarem e praticarem as Artes das Trevas, sendo considerada uma disciplina como as outras.
Só que até para os padrões de Durmstrang, Grindelwald se excedeu. O jovem foi expulso da escola por praticar experimentos cruéis que nunca foram especificados.
A obsessão com as Relíquias da Morte
Ainda antes da sua expulsão de Durmstrang, Grindelwald desenvolveu um fascínio profundo pelas Relíquias da Morte. O feiticeiro queria a todo o custo encontrar os artefatos para se tornar invencível e conquistar o título de Mestre da Morte.
Grindelwald adotou o símbolo das Relíquias como seu, inscrevendo-o nas paredes da escola.
Quando Gerardo conheceu Alvo
Após ser expulso de Durmstrang, Grindelwald dedicou-se totalmente à busca pelas Relíquias da Morte. A sua primeira parada foi em Godric’s Hollow, onde diz a lenda que Ignoto Peverell tinha escondido o Manto da Invisibilidade (uma das Relíquias). Gerardo ficou na casa da sua tia-avó, a famosa historiadora mágica Batilda Bagshot.
Curiosamente, Alvo Dumbledore morava na mesma vila e Batilda apresentou o futuro diretor de Hogwarts ao seu sobrinho-neto. A amizade entre os dois foi imediata, fascinados com o intelecto um do outro.
Alvo estava em um momento difícil da sua vida, com a responsabilidade de cuidar dos seus irmãos e assim adiar os seus sonhos. Quando ele conheceu Gerardo, sentiu que finalmente tinha encontrado alguém que correspondia aos seus ideais e ambições. Desde o primeiro momento, os dois se tornaram aliados inseparáveis, com Alvo fascinado (e apaixonado) por Grindelwald e este se aproveitando disto…
Em 2007, J.K. Rowling confirmou a paixão de Dumbledore por Grindelwald e como isso cegou o bruxo:
“Dumbledore se apaixonou por Grindelwald, e isso fez com que ele ficasse ainda mais horrorizado quando Grindelwald mostrou quem realmente era. […] ele conheceu alguém tão brilhante quanto ele, e como Belatriz, ele é muito atraído por esta pessoa brilhante, e horrivelmente, fica extremamente decepcionado com ele.”
Unidos em busca das Relíquias e “Pelo bem maior”
Grindelwald compartilhou com Alvo seus planos para encontrar as Relíquias da Morte, atraindo Dumbledore para a sua busca. O futuro diretor de Hogwarts ficou fascinado com a ideia, especialmente pela possibilidade de obter a Pedra da Ressurreição. Dumbledore queria, acima de tudo, trazer os seus pais do mundo dos mortos.
Mas o desejo de encontrar as Relíquias não foi a única coisa que uniu os dois. As ideias perigosas de Gerardo corromperam o jovem Dumbledore e ambos dedicaram o seu tempo planejando uma revolução. Grindelwald acreditava na supremacia dos bruxos sobre os trouxas, alegando serem naturalmente dotados para governar os humanos sem magia.
A visão de Grindelwald complementava a de Alvo, que dizia que a liderança feiticeira tinha que ser benevolente com os trouxas. O que pode ser lido em uma carta:
“Gerardo,
O seu argumento de que a dominação dos bruxos visa ao PRÓPRIO BEM DOS TROUXAS é, a meu ver, crítico. Sim, fomos dotados de poder e, sim, esse poder nos dá o direito de governar, mas isto também nos dá responsabilidades sobre os governados. Devemos enfatizar este ponto, pois será a pedra angular da nossa construção. Onde discordarmos, como certamente ocorrerá, ela deverá ser a base dos nossos contra-argumentos. Assumimos o poder PELO BEM MAIOR. E segue-se daí que, onde encontrarmos resistência, devemos usar apenas a força necessária. (Este foi o seu erro em Durmstrang! Não me queixo, porém, porque se você não fosse expulso, jamais teríamos nos conhecido.)
Alvo”
Os motivos para esta ideologia de Dumbledore eram, mais uma vez, muito diferentes de Grindelwald. Anos antes, Ariana, sua irmã, tinha sido profundamente torturada por um grupo de rapazes trouxas que tinham visto ela praticar magia. Desde esse dia, Ariana nunca mais foi a mesma: sua magia se tornou instável e o trauma deixou marcas psicológicas terríveis.
A tragédia na família Dumbledore continuaria graças a este acontecimento terrível. O pai usou magia como vingança contra os trouxas que machucaram Ariana, o que levou ele a Azkaban, onde morreu. Já a mãe morreu em um acidente causado pela instabilidade mágica de Ariana.
Sem ter como impedir tudo isto, Alvo buscava ter o poder de proteger quem amava e todos aqueles que sofriam nas mãos dos trouxas.
O confronto com Aberforth
Gerardo e Alvo planejaram viajar no fim do verão de 1899 e começar sua revolução. Quando Aberforth, irmão de Alvo, soube desses planos, ele ficou completamente enraivecido.
Alvo era o guardião legal de Ariana e ela teria que ir com ele em sua viagem, algo que Aberforth se recusava completamente dado a saúde mental dela. Uma violenta discussão entre Aberforth, Alvo e Gerardo deu início ao que viria a ser um duelo entre os 3, quando Grindelwald lançou a Maldição Cruciatus contra Aberforth.
A vítima mortal desse duelo viria a ser a inocente Ariana, apanhada por um feitiço perdido, sem ninguém saber quem tinha lançado.
O reinado de poder
Após o incidente com a família Dumbledore, Grindelwald fugiu de Inglaterra e seguiu os seus planos maquiavélicos sozinho. O primeiro passo foi buscar a Varinha das Varinhas, uma das Relíquias, roubando-a do mestre Gregorovitch.
O poder da Relíquia o tornou um feiticeiro tremendamente feroz e rapidamente reuniu seguidores para sua causa. O seu reinado de sangue alastrou-se pela Europa, causando a morte de milhares de pessoas.
Grindelwald construiu Nurmengrad, uma prisão para os seus maiores inimigos onde a frase “Pelo bem maior” estava gravada à entrada.
O duelo lendário com Dumbledore
Em 1945, os relatos do terror provocado por Grindelwald tinham chegado a um ponto onde nem mesmo os britânicos podiam continuar desviando o olhar. O consenso geral era de que apenas um homem poderia travar o vilão: Alvo Dumbledore.
Durante muitos anos, Alvo negou ir encontrar Gerardo, com medo que ele revelasse que tinha sido o feitiço de Dumbledore que matou Ariana. A culpa corroía o coração de Alvo e ele temia não conseguir enfrentar a verdade.
Dumbledore escutou finalmente os pedidos de ajuda daqueles que sofriam e confrontou Grindelwald. O duelo foi um dos maiores eventos do século XX na comunidade feiticeira, com relatos descrevendo o acontecimento como “o maior duelo de todos os tempos entre feitceiros”.
Alvo venceu e a Varinha das Varinhas ficou em sua posse. Grindelwald foi julgado no seu país e sentenciado com prisão perpétua, pena que cumpriria em Nurmengrad.
Assassinado por Voldemort
Grindelwald foi o maior vilão bruxo da história, até o aparecimento de Você-Sabe-Quem. Voldemort conseguiu entrar na até então impenetrável Numengrad e interrogar Grindelwald sobre o paradeiro da Varinha das Varinhas.
Em um último ato de redenção, Grindelwald se recusou a divulgar a verdade. O velho feiticeiro ainda tirou uma onda com Voldemort, provocando ele e rindo na sua cara. Após 53 anos detido, Grindelwald recebeu a morte com um sorriso.
A redenção de Gerardo é comentada entre Harry Potter e Dumbledore em Harry Potter e as Relíquias da Morte:
Harry: "Grindelwald tentou impedir Voldemort de ir atrás da varinha. Ele mentiu, sabe, fingiu que nunca tinha tido ela."
Dumbledore: "Dizem que ele mostrou remorso anos mais tarde, sozinho na sua cela em Nurmengrad. Eu espero que isso seja verdade. Eu gostaria de pensar que ele sentiu o horror e vergonha daquilo que ele fez. Talvez essa mentira a Voldemort tenha sido a sua tentativa de reparar o passado..."