Está chegando a noite mais assustadora do ano e você ainda não sabe que filmes assistir?
Seja para se divertir com amigos ou para se assustar sozinho, confira esses quinze filmes assustadores que todo o fã de terror tem que conhecer!
O Grito (2002)
Ju-On significa uma maldição nascida do rancor de alguém que morre no auge de sua raiva. Em O Grito, nos é contada uma história do popular onryou dos filmes de terror japoneses. Esses espíritos vingativos femininos já haviam ganho muita popularidade com o filme O Chamado, de Hideo Nakata, que conseguiu um sucesso estrondoso não só no Japão, mas também no ocidente.
Histórias sobre fantasmas é sempre algo que apela especialmente ao público, pois trata de entidades que efetivamente estabelecem pontes entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. E os fantasmas em O Grito têm uma característica que os faz parecer ainda mais antinaturais, logo mais perturbadores ao nossos olhar. Eles são espíritos, porém não são espectrais, mas sim corpóreos e isso os torna em monstros assustadores.
O Grito é na realidade uma re-imaginação dos telefilmes Ju-On - A Maldição: parte 1 e Ju-On - A Maldição: parte 2. Aí, a narrativa está estruturada em uma ordem não cronológica com episódios contando as histórias de vários personagens que caem vítima desses espíritos malévolos. O ponto comum das histórias é a casa assombrada, porém a maldição vai se espalhando pelas vitimas contagiando familiares e colegas ao seu redor.
O Grito é considerado o mais assustador filme de terror moderno japonês, combinando uma tradição temática e um ambiente visual próprios das historias de fantasmas asiáticas com efeitos modernos ocidentais.
A Espinha do Diabo (2001)
Guillermo del Toro dirigiu esse filme que faz parte de um grupo de narrativas de realismo mágico influenciadas por suas próprias experiências sobrenaturais quando era criança.
O personagem principal é Carlos, um garoto recém-chegado em um orfanato em plena guerra civil espanhola. Lá ele trava conhecimento com o espírito de um garoto que começa mostrando para ele o crime terrível que assombra o orfanato.
O mais importante nessa historia fantasmagórica é mostrar que a ameaça sobrenatural não é nada comparada com os horrores da guerra. As crianças do orfanato são as únicas pessoas que parecem querer quebrar um ciclo de violência que domina os adultos.
Basicamente, homens se virando uns contra os outros apenas acaba com seus espíritos vagueando em locais assombrados até ao final dos tempos.
À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964)
Zé do Caixão é um personagem assombroso, de cartola e unhas curvadas. Ele apareceu pela primeira vez neste filme. A história segue esse coveiro sádico procurando a mulher ideal para que lhe consiga gerar um filho
À Meia-Noite Levarei Sua Alma é um filme critico das crenças religiosas embutidas na sociedade brasileira. Isso levou a que o seu caráter blasfemo fizesse com que seu criador, José Mojica Marins, estivesse sempre batalhando contra a censura.
Uma das cenas mais memoráveis do filme é quando Zé coloca tarântulas percorrendo o corpo de uma mulher. A utilização de aranhas verdadeiras resulta em um realismo que ainda hoje em dia nos arrepia.
Uma Noite Alucinante - A Morte do Demônio (1981)
Um grupo de amigos fica aprisionado em uma cabana no meio da floresta, com uma maldição que os persegue durante toda a noite. Ash, um jovem Bruce Campbell que ficará para sempre indissociável ao personagem, vai ter que ultrapassar sua faceta de garoto sensível e covarde para se transformar em um homem forte e protetor.
Sam Raimi contou apenas com um pequeno financiamento para dirigir esse Uma Noite Alucinante - A Morte do Demônio. Mas com suas ideias criativas e inventivas acabou criando um filme que ficou na história do terror moderno.
O filme pega no grotesco e o mistura com um senso de humor criado por suas personagens ocas e efeitos de sangue exagerados, o que o torna em uma viagem assustadoramente divertida.
Re-animator: A Hora dos Mortos Vivos (1985)
Re-animator: A Hora dos Mortos Vivos é sem dúvida uma sátira de desmembramentos. Stuart Gordon adaptou esta história de H.P. Lovecraft, em que Herbert West, um jovem médico megalômano, cria um soro reanimador e não perde oportunidade de o testar, criando um batalhão de zumbis, ou partes deles.
O filme iniciou uma moda de adaptações baratas de Lovecraft. Porém, a audiência rapidamente o esqueceu, não tendo ficado impressionada com seu humor grotesco.
Felizmente, quando os VHS começaram a ganhar popularidade, Re-animator: A Hora dos Mortos Vivos foi redescoberto por grupos de aficionados do terror, ganhando um batalhão de fãs e o estatuto de filme cult.
O Iluminado (1980)
No início de O Iluminado, vemos os personagens percorrendo uma estrada longa até um local isolado. A narrativa se foca então em Danny, o garoto com poderes sobrenaturais de “iluminado”, e em seus pais tomando conta de um hotel durante a época baixa.
Com um elenco minimal e cenários vastos, Kubrick consegue conjurar uma atmosfera claustrofóbica, preenchendo um hotel gigante e vazio com sentimentos de ressentimento e ódio.
A obra original de Stephen King perde assim um pouco o seu potencial fantasmagórico e se transforma em um estudo do poder destrutivo de relações familiares. Isso nos é mostrado com Jack, sua esposa e seu filho, que ficam isolados um inverno inteiro, obrigados a conviver apenas entre si.
O ambiente se torna muito tenso sempre que vemos o garoto percorrendo longos corredores em seu triciclo, visto que o brilhantismo de O Iluminado nos faz ver o terror se aproximando aos poucos.
Comparado com muitos outros filmes de terror, O Iluminado não tem assim tantas vítimas quanto isso. Porém, sua cinematografia ameaçadora e sua música intensa criam uma atmosfera assustadora que continua até aos dias de hoje fazendo dele um dos melhores filmes de terror de sempre.
Mártires (2008)
Mártires é um filme intenso e sombrio e, provavelmente, o mais perturbador da época.
Embora tenha algumas semelhanças com O Albergue na exploração de uma sociedade secreta dedicada à tortura, aqui não existem cenas cômicas nem o alívio da vingança. O objetivo principal é atingir a transcendência através da dor. Por isso a violência mostrada no filme é completamente indiferente à sexualização ou ao individualismo das vitimas.
Pascal Laugier conseguiu dirigir um filme onde a violência não leva nem à purificação nem ao entretenimento da audiência. Aqui a violência é apenas impessoal e silenciosa e isso é o que torna Mártires um dos filmes mais insuportáveis de assistir para o espectador comum.
Filhos do Medo (1979)
Filhos do Medo conta a história de Nola e Frank, recentemente passando por um divórcio, em que lutam pela custódia de sua filha Candy. Nola está frequentando um instituto psiquiátrico onde seu médico Dr. Raglan encoraja os pacientes a manifestarem seus traumas psicológicos de uma forma física. E é aí que alguns personagens começam a ser atacados violentamente por figuras misteriosas.
O filme foi escrito por Cronenberg enquanto ele próprio passava por um divórcio complicado e é certamente mais sombrio que outros de seus trabalhos anteriores. Porém continua explorando alguns temas típicos do diretor como a ciência acabando em desastre e o horror corporal.
Filhos do Medo é de um realismo perturbador apesar de seu caráter monstruoso. E é provavelmente o filme que contém as criaturas mais assustadores criadas por Cronenberg.
Despertar dos Mortos (1978)
Despertar dos Mortos faz parte da Trilogia dos Mortos de George A. Romero que, juntamente com A Noite dos Mortos-Vivos e Dia dos Mortos, pretende ser uma alegoria da sociedade americana corrupta pós-Vietnã.
Esse é um filme sangrento que expande o universo do anterior A Noite dos Mortos-Vivos, porém sem ser uma sequência convencional, pois segue um grupo diferente de sobreviventes reagindo à crise zumbi.
A maior parte do filme conta os destinos desses quatro personagens tomando refúgio em um shopping, enquanto a peste zumbi continua crescendo inexplicavelmente.
Enquanto os personagens observam a horda de mortos-vivos se aproximando do shopping, pois é a única memória de importância que mantém das vidas anteriores, George A. Romero aproveita assim para fazer uma critica à cultura de consumo dos anos 70.
Suspiria (1977)
Suspiria é um dos três filmes de Dario Argento sobre as Três Mães da Escuridão: Mater Suspiriorum (Suspiria), Mater Tenebrarum (Inferno) e Mater Lachrymarum (O Retorno da Maldição - A Mãe das Lágrimas).
Após alguns filmes gialli, Suspiria é assim o primeiro filme do diretor dedicado explicitamente ao sobrenatural. Agora não é mais necessário se prender em elementos realistas, mas pode jogar com medos, superstições e folclore inserido nos subconscientes coletivos da audiência.
O filme começa com Suzy, uma garota ingênua, chegando em um colégio de dança e desconhecendo por completo a teia de desaparecimentos e assassinatos que ali se esconde.
Suspiria conta com uma trilha sonora da banda Goblin que acompanha as cores excessivas em technicolor, espalhando vermelhos vivos por todos os cenários. Argento consegue criar imagens difíceis de sair do esquecimento do público, destacando alguns dos medos mais obscuros da memória supersticiosa.
Eraserhead (1977)
Eraserhead é o primeiro longa de Lynch e nos mostra um cenário de desolação pós-industrial com cenas tão bizarras que parecem saídas da mente de um individuo neurótico.
A história é aparentemente simples. Henry descobre que sua namorada Mary deu à luz um bebê mutante. Eles resolvem então se mudar para um apartamento, mas o choro constante do bebê leva a que Mary os abandone, deixando Henry sozinho cuidando de seu filho defeituoso.
Não é certo se tudo não passa de um sonho ou se estamos vendo os acontecimentos do ponto de vista de uma mente perturbada. Lynch não ajuda a descodificar a mensagem, porém ele confirmou ter se baseado nas ansiedades de cuidar de alguém com problemas físicos.
O certo é que existe uma sensação de mau-estar vinda desta visão de horror de uma vida pós-moderna. Eraserhead é sem dúvida um filme desconcertante e perturbador, mas ao mesmo tempo cômico.
Inverno de Sangue em Veneza (1973)
Baseado em um conto de Daphne du Maurier, Inverno de Sangue em Veneza nos conta uma história de perturbação psicológica e de luto. O diretor utiliza uma narrativa não linear e com cortes frenéticos que realçam a sensação de mau-estar.
Após a trágica morte acidental de sua filha, John e Laura tentam reconstruir suas vidas em Veneza. Porém, as coisas começam a ficar estranhas logo após conhecerem duas irmãs, uma delas espírita.
Embora contenha alguns elementos do grotesco, Inverno de Sangue em Veneza depende principalmente da mestria visual para criar uma atmosfera estranha e sugestiva.
Veneza aparece como uma cidade cheia de canais estreitos e solitários, pintada em cores pálidas. O filme consegue criar assim um sentimento de decadência e melancolia apenas quebrado pela aparição de um casaco vermelho-vivo.
Finalmente, quando todos os detalhes parecem convergir, nos é apresentado um clímax final em uma sequência de cortar o fôlego.
O Bebê de Rosemary (1968)
O Bebê de Rosemary é um dos três filmes de Polanski, juntamente com Repulsa ao Sexo e O Inquilino. Essa trilogia retrata a aversão sexual com os personagens se confinando em seus apartamentos dando asa as suas paranoias.
Rosemary é uma mulher grávida convencida de que seus vizinhos são satânicos e que querem sequestrar seu bebê. Como apenas vemos os eventos desenrolando do seu ponto de vista, é difícil entender até que ponto a realidade se mistura com a imaginação.
Mas não é só o tema satânico do filme que nos deixa assustados, mas também um ambiente de abuso matrimonial que joga com a ideia de que por vezes a segurança familiar pode ser uma ilusão.
Psicose (1960)
Psicose, de Hitchcock, se tornou um dos pilares da cultura popular moderna, com suas cenas violentas, trama inesperada e mistura de patologias sexuais com cenários góticos.
Há cenas que são inapagáveis de nossa memória coletiva, como a garota gritando no chuveiro ou os olhos penetrantes de Anthony Perkins enquanto o afável, mas perigoso, Norman Bates.
Tudo isso se deve à técnica infalível de Hitchcock de como causar tensão em seus espectadores e Psicose é, de fato, um exercício de manipulação da audiência.
Embora com mais de meio século e extremamente dissecado, Psicose continua sendo um filme estressante e perturbador e um dos melhores longas de terror de sempre.
Halloween - A Noite do Terror (1978)
Claro que na noite de Halloween você não pode deixar de assistir a Halloween, o clássico de terror de John Carpenter.
A trama é simples: um psicopata mascarado persegue um grupo de jovens tentando os estrangular e apunhalar. Tudo isso no centro da fachada segura dos subúrbios americanos.
Nenhum diretor desde Hitchcock havia conseguido captar tão bem a sensação de voyeurismo do horror. Essa é uma das características do filme que ainda hoje causa desconforto no público. As cenas são filmadas de forma a seguirmos os personagens de longe, mas com o assassino Michael Meyers sempre em um canto da tela.
De fato, nós estamos à distância apenas vendo o perigo se aproximando, sem podermos fazer nada para o evitar. E é esse sentimento de perigo iminente que nos dá a sensação de que estamos vendo as coisas de um ponto de vista paranoico.