Jules é, uma das personagens com mais impacto na série Euphoria. A sua personalidade sem filtro, o seu espírito aberto, mesmo que inseguro por vezes, aliado com a maravilhosa excentricidade do seu visual, deixam o espectador colado na telinha.
1. A personagem e a atriz (Hunter Schafer) são transexuais
Quem se entrega a esta série, sem ter qualquer contexto acerca da trama e das personagens que a integram, pode perceber somente no terceiro episódio que Jules é transexual.
A questão é que a própria atriz que interpreta este papel viu nesta personagem a oportunidade de contar a sua história.
Exatamente porque ainda existem muito poucos atores/atrizes transsexuais em séries e novelas, mesmo que as coisas estejam a mudar. Hunter Schafer nunca pensou em vir a fazer carreira nesta indústria e este constitui o seu primeiro trabalho como atriz.
2. A paixão com que busca a afirmação e o amor
A adolescência consegue ser um dos momentos mais difíceis da vida e todos passamos por um processo de descoberta da nossa sexualidade.
Jules não é exceção e é notório que as suas primeiras interações com homens e o início da sua vida sexual é motivado pela incerteza daquilo que procura, mas sempre com determinação.
No episódio piloto, um dos primeiros momentos de Jules na série é exatamente o seu encontro sexual com o pai de Nate Jabobs (um colega de escola). Nesta cena, ela se mostra notoriamente incerta do que vai fazer, mas a sua coragem e a vontade de arriscar são apaixonantes.
É claro que o fato de Jules estar se transformando numa mulher e de ver muitas das mulheres na sua vida serem tratadas de uma certa forma pelos homens, que nem sempre é a melhor, pode ter influência na maneira como ela própria se deixa levar pelo sexo masculino. A sua busca pela aceitação, afirmação e pelo amor, é notória.
3. A busca online
Este é mais um dos aspectos que torna essa série tão relacionável: a relação dos jovens com a internet. Jules é uma das personagens que vemos depender da internet para alcançar aquilo que quer, tendo grande impacto na sua vida.
Logo desde o início da trama, Jules surge em sites de encontros gay, nos quais marca com homens mais velhos para se sentir aceita, exatamente como lemos acima.
Com o decorrer da série, percebemos que este tipo de comportamento de Jules era frequente no passado, mas uma desilusão e a sua relação com Rue conseguem mudar isso.
4. A infância
No quarto episódio, a narradora Rue conduz a audiência num flashback até à infância de Jules. Antes disso, já sabíamos que ela era nova na cidade e se mudou após a separação dos seus pais, mas só aqui compreendemos porque o seu pai ficou com a custódia total.
Aquilo que deveria ter sido apenas uma viagem com a mãe e uma mera visita ao psiquiatra acabou por ser mais do que isso. Jules percebe que a sua mãe mentiu e ia interná-la.
Após sair do hospital aos 13 anos, ela começa a sua transformação e fortalece a sua relação com o pai.
5. Toda a estética
Toda a série está repleta de magníficas referências de moda e beleza, mas umas das personagens que mais nos inspiraram nesse sentido foi Jules.
O seu apreço por looks arrojados, cores pastéis, formas abstratas e geométricas que decoram os seus olhos e montes de glitter são uma forma de desafiar também certas construções sociais e de mostrar que Jules pode ser aquilo que ela quiser.