Jessica Jones pode ter o seu mundo próprio em Hell’s Kitchen mas nem por isso escapa às várias ligações ao Universo Cinematográfico Marvel ou às referências dos quadrinhos.
Confira agora os 15 melhores easter eggs e referências da segunda temporada de Jessica Jones!
Contém spoilers para a série.
1. O super-herói Ciclone
Logo no primeiro episódio, Jessica e Malcolm recebem vários clientes no escritório com histórias bizarras. Um desses clientes ganha rapidamente uma importância muito maior do que o inicialmente esperado. O seu nome é Robert Coleman e ele diz ter o poder da supervelocidade (mas só quando está sentindo medo), e deu a si mesmo o codinome de Ciclone.
Curiosamente, o Ciclone foi realmente um dos super-heróis da Marvel nos anos 40, quando a editora ainda se chamava Timely Comics. O Robert Coleman de Jessica Jones é inspirado no Robert Frank, o Ciclone original que apareceu pela primeira vez na HQ USA Comics #1, em 1941.
O super-herói se destaca com seu poder de velocidade sobre-humana e viveu aventuras com Bucky Barnes e os Vingadores.
2. Um mangusto muito especial
Robert Coleman faz referência ao seu mangusto de estimação chamado Emil. Aquilo que poderia ser só somente uma escolha pouco convencional para um animal de estimação é, na verdade, uma referência bem interessante sobre o personagem.
O Ciclone original ganhou seus poderes através de uma transferência de sangue de mangusto (sério, mesmo), naquela que é uma das histórias de origem mais estranhas dos quadrinhos. Mas as referências não ficam por aqui. O nome do mangusto do Ciclone da série é Emil. E sabe quem se chamava Emil nos quadrinhos do super-herói veloz? O pai de Robert, o Dr. Emil.
3. Invasão Skrull?
Uma das clientes que Jessica recebe no Alias é uma mulher que diz ter observado “lagartos usando pele humana” em Nova York. Essa parece ser uma referência ao Império Skrull, raça de alienígenas verdes que têm o poder de mudar sua aparência física.
Os Skrulls vão aparecer no filme Capitã Marvel, com estreia marcada para 2019, fazendo desse easter egg uma referência além dos quadrinhos, indicando o futuro do Universo Cinematográfico Marvel. É ainda mais curioso se lembramos que Carol Danvers, a Capitã Marvel, é a grande amiga de Jessica nos quadrinhos e não Trish.
4. O filme no telhado
O estilo estético de Jessica Jones é vastamente inspirado no gênero film noir e isso é notório na cena em que Jessica e Trish assistem um filho no telhado. O filme que elas assistem é Assassinos, um dos marcos no cinema noir e com uma trama de crime organizado que encaixa em alguns temas das séries Marvel / Netflix.
Um dos personagens do longa era um antigo pugilista que quebrou um negócio com a máfia, se recusando a perder um combate combinado. Ele paga com sua vida por isso e encara seu destino com tranquilidade. Essa história é bastante semelhante à de Jack Murdock, o pai do Demolidor, que morreu em circunstâncias similares.
O filme Assassinos é baseado na obra com o mesmo nome de Ernest Hemingway, mas nem sempre esse foi o seu título. Enquanto o conto estava sendo escrito, o seu nome era inicialmente “The Matadors”, e isso também revela uma conexão com o universo Marvel. No primeiro episódio da primeira temporada de Jessica Jones, vemos a detetive fotografando junto do hotel Matador. E ainda existe um vilão clássico com o codinome Matador, um velho inimigo do Demolidor.
5. O mestre da hipnose
No terceiro episódio, Jessica aceita participar numa sessão de hipnose com um especialista recomendado por Trish. A jornalista chama de ele de Dr. Tiboldt e esse nome tem um contraparte muito interessante nos quadrinhos.
Maynard Tiboldt é um vilão da Marvel, mais famoso com o seu codinome Mestre do Picadeiro (Ringmaster, no original). Se na série ele usa o seu talento da hipnose para terapia, nos quadrinhos ele hipnotiza inocentes com o seu chapéu e rouba o dinheiro deles.
6. As várias referências ao Homem-Aranha
Nos quadrinhos, Jessica Jones confessa que teve uma crush por Peter Parker, quando ambos estudavam juntos no ensino médio. Embora o herói só saiba disso muitos anos depois, esse é um detalhe que pode ajudar a explicar as referências ao Cabeça de Teia nessa segunda temporada.
Antes de morrer, Ciclone deixou um vídeo onde fala da origem dos seus poderes e termina dizendo que “com grandes poderes vem grandes problemas mentais”. O que acharia o tio Ben disso? Essa é, claro, uma referência e reinvenção de uma das frases mais famosas do universo heroico “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.
Outra menção ao Amigão da Vizinhança vem em um dos diálogos mais bizarros da nova temporada. Quando Jessica e Griffin estão preocupados com a ausência de Trish, o jornalista diz que suspeita algo de errado, e sente isso… nos seus testículos. Sério, mesmo. Ele diz que sente um formigueiro nas partes íntimas, ao que Jessica chama de “Scrotey-sense”, algo como “sentido-saco”. Isso é uma referência (inesperada, no mínimo) ao sentido-aranha de Peter Parker.
7. Capitão América perde o seu escudo
Vido, o filho do novo vizinho de Jessica, tem um fascínio por super-heróis e adora o seu brinquedo do Capitão América. Em uma cena com a detetive, Vido fala de como perdeu o escudo do herói mas fez um novo usando ímãs. Isso é semelhante ao que aconteceu com o final de Capitão América: Guerra Civil, quando Steve Rogers perde o seu escudo.
Outro detalhe interessante é que já houve uma época nos quadrinhos em que o escudo do Capitão era magnético, uma criação de Tony Stark. A referência a ímãs tem ainda ligação ao UCM, quando lembramos que em Era de Ultron, o Homem de Ferro tinha colocado um dispositivo eletromagnético nas luvas do Capitão América para que o herói recuperasse o seu escudo mais facilmente.
8. Cor púrpura
Kilgrave pode já não estar vivo mas a sua cor púrpura não larga Jessica, nem nos momentos mais íntimos. Quando a detetive e o vizinho Oscar têm relações sexuais, eles deixam cair acidentalmente uma lata de tinta púrpura no chão, espalhando a cor por todo lado.
Como vemos alguns episódios mais tarde, a influência de Kilgrave na mente de Jessica continua a ser um problema para a detetive. Será a tinta púrpura uma referência a esse fantasma?
9. Pintura de David Mack?
Depois da primeira noite juntos, Jessica acorda e vê Oscar pintando seu retrato. A pintura é muito semelhante às capas criadas por David Mack para os quadrinhos de Jessica Jones, e muitos fãs questionam se o artista não terá mesmo pintado a obra.
10. O cameo de Stan Lee
O grande mestre da Casa das Ideias é uma presença constante nos filmes e séries do UCM e seus cameos são sempre muito aguardados. Na segunda temporada de Jessica Jones, Lee aparece em uma publicidade estampada em um ônibus, dando seu testemunho para uma empresa de advogados chamada Forbush & Associates.
Curiosamente, em Punho de Ferro, Stan Lee apareceu como o capitão Irving Forbush da polícia de Nova York. Mais uma vez, aparece o estranho nome de Forbush, um nome que tem uma história longa na Marvel.
Forbush é uma referência ao Forbush Man, uma antiga mascote da época em que a Casa das Ideias tinha o nome de Atlas. Forbush (Homem-Fuleiro, no Brasil) aparecia regularmente na capa da HQ cômica Snafu, dos anos 50. Em 1967, o personagem ganhou uma identidade de super-herói com o lançamento dos quadrinhos humorísticos Not Brand Ecch.
11. Alisa Jones
Com a revelação de que a mãe de Jessica afinal está viva, muitos fãs podem ficar confusos com a história dos quadrinhos e a sua relação com a série. Embora na série, Jessica revele que seu nome é Jessica Campbell Jones e sua mãe biológica é Alisa, na HQ não é bem assim.
Nos quadrinhos, o nome completo da detetive é Jessica Campbell Jones, com esse último nome sendo o nome recebido quando foi adotada pela família Jones. Antes da adoção, Jessica chamava-se apenas Jessica Campbell. A sua família biológica morre no acidente de carro e a sua mãe adotiva chama-se realmente Alisa Jones, mas não tem nenhuma semelhança com a mãe de Jessica na série (nem a biológica nem a adotiva).
12. Dr. Karl Malus
Na série é revelado que foi o Dr. Karl Malus quem “deu” os superpoderes a Jessica através de dolorosos experimentos científicos. Embora ele seja um personagem de moral duvidosa, o Karl Malus da série está longe da maldade distorcida do seu contraparte nos quadrinhos.
Nas HQs, Malus é a encarnação perfeita de um cientista louco, sendo obcecado com a experimentação científica em personagens superpoderosos.
13. Turk é a nova Claire Temple
Claire Temple era normalmente considerada a Nick Fury dos Defensores, mas agora que a personagem falhou sua presença em Justiceiro e na segunda temporada de Jessica Jones, outro personagem aparece para reclamar o título.
Turk Barrett surge para vender uma arma a Jeri Hogarth, e é muito melhor recebido do que alguma vez foi pelos vigilantes de Nova York.
14. Pavilhão D
Quando Alisa é levada para o presídio, ela é colocada no Pavilhão D, um pavilhão já famoso nas séries Marvel / Netflix. Essa é a mesma parte da prisão onde foram colocados Frank Castle e Wilson Fisk durante a segunda temporada de Demolidor.
Curiosamente, uma das mais importantes histórias de Matt Murdock nos quadrinhos tem o título de “O Demônio do Pavilhão D”.
15. A velha “amiga” de Patsy
Quando os jornalistas não largam Trish Walker sobre o suposto final do seu relacionamento com Griffin, ela pede ajuda a Malcolm para escapar à pressão mediática. Quando isso não resulta, uma fotografia de Trish e Malcolm aparece na capa de uma revista, perguntando se ele não será a nova paixão da celebridade.
Mas um nome familiar aparece junto da notícia: Hedy Wolfe. Na revista, podemos ler que Wolfe está tendo problemas com uma amiga, em uma clara referência à sua origem nos quadrinhos. Hedy era uma personagem da HQ de Patsy, uma amiga (e frequentemente rival) da protagonista.
16. Um presídio como nenhum outro
Ao longo da segunda temporada são várias as referências à Balsa, a prisão destinada a conter os criminosos superpoderosos. Alisa Jones está frequentemente sendo ameaçada de que será enviada para a Balsa, o mesmo presídio que vemos no final de Capitão América: Guerra Civil onde Stark colocou Homem-Formiga, Falcão, Feiticeira Escarlate e Gavião Arqueiro.
17. O futuro de Trish como Felina
Trish Walker consegue aquilo que tanto desejou quando se tornou uma cobaia de Karl Malus. Na sua última cena da temporada, vemos a jornalista demonstrar reflexos sobre-humanos. Mas antes mesmo dessa demonstração, tivemos indicações de que ela se iria transformar em Felina, a sua personalidade heroica dos quadrinhos.
No episódio 8, quando Trish salva Malcolm, ela arranha a cara de um dos homofóbicos e deixa uma marca muito semelhante à que um animal felino deixaria.
O processo para modificar o DNA de Trish tem uma componente felina, como ficou demonstrado na investigação de Jessica e Malcolm. Eles passam por uma clínica veterinária onde Malus e Trish estiveram em busca de uma vacina destinada a gatos.
Mais tarde, quando Trish acorda no hospital, a enfermeira diz-lhe que ela gastou “duas das suas nove vidas”, em uma referência à velha expressão de que os gatos têm nove vidas. O tema de estar entre a vida e a morte é também uma ligação à história da heroína que já morreu e foi ao Inferno.
Tudo indica que veremos uma Trish heroína na terceira temporada de Jessica Jones, assumindo assim finalmente o codinome de Felina (também chamada de Gata Infernal, e Hellcat no original).