O terceiro e último filme da Marvel em 2018 finalmente fez sua estreia. Homem-Formiga retorna para a sequência de seu primeiro filme, mas dessa vez não está sozinho e conta com a ajuda da incrível Vespa.
Na verdade, o mais correto seria dizer que é a vez da Vespa mandar ver e que é o Homem-Formiga quem oferece a ajuda. Sem mais delongas, veja o que achamos.
Lidando com a sombra dos filmes anteriores
Este ano tem sido um ano muito proveitoso para a Marvel Studios, não apenas ela lançou o seu maior sucesso comercial (Vingadores: Guerra Infinita), como também lançou seu filme com maior importância social, não apenas na história do estúdio, mas em todos os filmes de herói (Pantera Negra). Porém o ano ainda não acabou e a Marvel ainda possui mais um lançamento na manga: Homem Formiga e a Vespa.
Como dito anteriormente, a Marvel teve dois tremendos sucessos de bilheteria e crítica este ano, o que inevitavelmente deixa um peso enorme sobre os ombros do Homem-Formiga e a Vespa. Contudo, assim como esses pequenos insetos de onde retira o seu nome, o filme consegue lidar com pesos muito maiores que si mesmo.
Guerra Infinita é um filme tenso que deixou muitos espectadores impactados com o seu final, mas Homem Formiga e a Vespa veio na sequência como um necessário respiro para a franquia. É um filme leve, empolgante e divertido, sem a sombra de um grande drama ou tragédia. Ou seja, tudo que os fãs da Marvel precisam agora (tudo, fora a resolução da Guerra Infinita).
Um filme de DOIS super-heróis
Como é dito no título, este filme não é um Homem-Formiga 2, mais um filme solo do super-herói. Agora o protagonismo também é dividido com a Vespa, uma adição e tanto, não apenas para este filme, mas para o Universo Cinematográfico da Marvel.
O filme conta como Scott Lang está lidando com a sua prisão, após ter ajudado o criminoso Capitão América na Alemanha, e também os esforços de Hope Van Dyne em resgatar a mãe do Reino Quântico.
Para este filme, Scott Lang (Paul Rudd) teve um pouco de seu drama pessoal reduzido. Não precisa mais conquistar a confiança de sua filha e os problemas da vida como um ex-presidiário não está mais em foco. Ainda continuamos a nos identificar e simpatizar com sua causa, mas em uma escala reduzida.
Também pode ser dito que suas habilidades e qualidades foram reduzidas, ao ponto que algumas vezes ele parece ser um incompetente. Embora parte disso se deve à comparação com a Vespa, que é extremamente habilidosa com a tecnologia de encolhimento (e asas!).
Por falar na Vespa, Hope Van Dyne (Evangeline Lilly) está muito menos séria neste filme, assumindo até uma postura brincalhona. Sua interação com Scott transparece a intimidade que os dois possuem e o quão confortáveis os dois ficam na presença do outro. Suas cenas de ação são sempre empolgantes e mostram o potencial dos poderes desses heróis. Por conta dela, quase que o filme se chama apenas Vespa.
O resto da galera
Homem-Formiga e a Vespa retorna com personagens queridos apresentados no primeiro filme. O ator Michael Peña retorna ao papel de Luis, agora o chefe de uma empresa de segurança, porém ainda tão hilário quanto antes. Também temos o retorno do ranzinza e cabeça-dura Dr. Hank Pym, interpretado por Michael Douglas, que, se pudesse, nunca mais dormiria até resgatar a esposa presa no Reino Quântico.
Uma das novidades do filme é a sua vilã, a Fantasma. Contudo, apesar de possuir uma boa e dramática história de origem, além de uma motivação compreensível, a personagem não teve um desenvolvimento adequado ao longo filme. Parte por conta da interpretação da atriz Hannah John-Kamen.
Criatividade sem tamanho!
Assim como o filme anterior, Homem-Formiga e a Vespa possui em sua estrutura muitos elementos de filmes de assalto. Embora, dessa vez, não há nada para ser roubado, mas sim uma pessoa a ser resgatada. De toda forma, uma coisa é certa: o filme é repleto de cenas de ação, seja na forma de lutas ou de perseguições de carro.
O filme também não deixa de ser uma história de super-heróis, e é na retratação dos superpoderes que ele brilha. Um dos filmes mais criativos no uso desses poderes. A habilidade de aumentar ou diminuir de tamanho é aplicada a várias situações e ambientes diferentes. Um poder que faz uma batalha na cozinha de um restaurante ser de tirar o fôlego e uma caminhada pela escola ser pura comédia. Vemos os dois lados da moeda, o poder ser usado no seu máximo, e também quando dá defeito. Entretanto, sempre é novo e mantém o interesse do público.
O problema se encontra nos pequenos detalhes
Infelizmente, o filme não é perfeito. O roteiro não se preocupa em explicar devidamente algumas informações, principalmente nos últimos quinze minutos de filme, quando certo personagem simplesmente é a solução de um problema, algo que soa um pouco como um deus ex machina. Também se baseia muito em technobable, ou seja, falas e termos científicos pesados que não possuem muito significado para o público e podem distanciá-lo da trama.
Alguns vilões menores também não possuem uma presença notável, muitas vezes simplesmente fazendo papéis de bobo.
Por fim, pode-se dizer que o filme foi uma boa sequência ao primeiro filme do Homem-Formiga, talvez não melhor, mas com certeza no mesmo nível. É um filme que dificilmente superaria Guerra Infinita ou Pantera Negra, mas também nunca teve essa pretensão. Homem-Formiga e a Vespa é um filme divertido e animado, muito bem vindo, principalmente após Guerra Infinita. Com certeza vale o ingresso do cinema!