Crítica Coringa | O riso que vai ecoar em nossas memórias!

Depois de meses e meses de especulação e de grande expectativa, tivemos a chance de ir à pré-estreia de Coringa, o filme dirigido por Todd Phillips com Joaquin Phoenix no papel daquele que é considerado por muitos o mais icônico vilão do mundo dos quadrinhos.

E podemos dizer que o filme não desilude, na realidade a qualidade de Coringa é tão acima da média que, mesmo depois de tudo o que se disse antes de o filme estrear, ele ainda conseguiu nos surpreender positivamente!

Todd Phillips dirige um filme que fica na história como uma das melhores (se não for mesmo a melhor) adaptações de um personagem das HQs para a telona.

Esta crítica não contém spoilers!

O mundo está preparado para Coringa?

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Antes de falar do filme em si, vamos falar um pouco sobre as mensagens e toda a polêmica que foi criada em torno do longa, pois muitos acreditam que Coringa pode acabar por incitar violência.

Na verdade, o filme é extremamente violento e gráfico. Contudo, devemos olhar para ele como um exercício de reflexão, principalmente se observarmos pela perspectiva do cidadão dos Estados Unidos, onde ainda existe muita discussão em relação às leis ligadas com a compra e posse de armas e onde o sistema de saúde acaba não funcionando devidamente, discriminando muitos dos cidadãos com doenças mentais, principalmente aqueles em situações sócio-econômicas muito frágeis.

Coringa não incita violência, nem a promove! A mensagem que devemos tirar do filme é que devemos ser mais atentos ao que nos rodeia, promovendo uma sociedade mais integrada, compreensiva e plural, para que nunca existam Coringas no nosso meio.

Não é um filme de super-heróis

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Muitos já partem para a leitura desta crítica sabendo que este não é o típico filme baseado em quadrinhos que temos vindo a ver nos cinemas durante a última década.

Coringa é um filme denso, psicologicamente desafiante e emocionalmente muito forte. Assim que os créditos começam a rolar na tela, o espectador se sente esgotado e se interroga se o que acabou de acontecer foi real, tal é a capacidade de imersão da trama.

Mais que uma adaptação de um vilão das HQs, estamos perante um estudo de personagem e, acima de tudo, o que acabamos por ver na telona é uma enorme crítica à sociedade.

O papel da vida de Joaquin Phoenix

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Antes de assistir a Coringa, já sabíamos que Joaquin Phoenix tinha mergulhado num intenso processo de criação do personagem, se submetendo a um enorme desgaste físico e psicológico. O resultado de tudo isso? Provavelmente o papel mais impactante do ator de 44 anos.

O Coringa/Arthur Fleck de Phoenix é perfeito. Não existe um detalhe que o ator tenha deixado passar ou que tenha deixado a desejar, nos arriscamos mesmo a dizer que esta é a melhor versão que já vimos no cinema do Rei Palhaço do Crime.

Joaquin Phoenix foi capaz de captar um espectro enorme de emoções, deixando o espectador com pena do seu personagem, ao mesmo tempo que se sente aterrorizado por ele. Emoções que só podem ser causadas por alguns dos melhores atores do planeta.

A lixeira de Gotham

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Coringa é sem dúvida um exercício de reflexão sobre uma sociedade podre e sem conduta moral, algo que infelizmente já é uma realidade em muitos pontos do globo. E a cidade de Gotham é a imagem perfeita disso mesmo.

Durante o filme, o espectador entra na vida de Coringa/Arthur Fleck e consegue perceber o que faz com que o personagem perca todo o controlo e a sanidade, se deixando entregar por completo para a loucura e para o desespero.

Gotham é lixo, é poluição, é corrupção, é segregação social, é tudo de mau que existe, o berço ideal para a criação de um dos vilões mais cruéis de toda a história ficcional.

O nascimento do Coringa

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Ao longo do filme, somos convidados a acompanhar a jornada de Arthur Fleck até se transformar no Coringa que todos conhecemos das HQs do Batman.

Apesar de o filme não ser baseado em nenhuma HQ e de não seguir a fórmula das franquias de super-heróis, quando ele chega à parte final percebemos que estamos perante o Coringa, um personagem aterrorizante, insano e completamente imprevisível.

Todd Phillips, Joaquin Phoenix e toda a equipe que trabalhou em Coringa estão de parabéns, pois criaram uma obra prima, um verdadeiro clássico dos tempos modernos.

Temos a certeza de que o riso deste Coringa vai ecoar para sempre em nossas memórias.

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Francisco Quintas
Francisco Quintas
Formado em Relações Internacionais, devora dezenas de quadrinhos todas as semanas e ainda sobra tempo para cinema e séries.