Um dos mais elogiados itens dos filmes de Tarantino são os diálogos entre os personagens. Naturais e corriqueiras, as falas são extremamente reais, no melhor estilo 'papo de boteco'. No entanto, o diretor consegue construir os personagens por meio de diálogos que quase nunca falam sobre eles mesmos.
Enquanto seus personagens conversam sobre assuntos completamente diversos, como músicas da Madonna, nomes de lanches, filmes dos anos 80 e até Super-Homem, Tarantino usa os diálogos para revelar a visão de mundo dos envolvidos ou para gerar tensão nos espectadores.
Uma das clássicas cenas em que isso acontece é em Bastardos Inglórios. Durante um inocente jogo num bar alemão, os nazistas acabam descobrindo que um dos jogadores é um espião!
1. Trilha sonora marcante
Conseguir escolher músicas que traduzem perfeitamente o ambiente e o clima de uma cena é tarefa para poucos. Ainda mais difícil é selecionar clássicos esquecidos e trazê-los de volta com tudo para a cultura pop. Quando Tarantino resgata uma canção, é certo que ela vai voltar a tocar nas rádios!
Quem é que não se lembra da guitarra inconfundível de 'Misirlou'? Esse clássico, de 1958, tinha caído no esquecimento apesar do sucesso que fez nos anos 60. Tarantino recuperou a música para a trilha de Pulp Fiction e fez tocar de novo nas rádios.
O sucesso foi tão grande que a banda Black Eyed Peas aproveitou o solo de guitarra de Dick Dale na música Pump It, cravando de vez a canção na memória dos fãs.
2. A estética western/quadrinhos
Visualmente, o diretor não nega suas influências. Fã confesso de filmes de Velho Oeste e de quadrinhos, o diretor incorpora essas referências às suas obras de maneira bastante evidente, criando uma mistura estética única e original.
Alguns elementos bastante claros são os closes no olhar dos atores, os momentos de tensão quase estáticos que precedem as cenas de ação e, claro, o sangue exagerado que encharca as cenas violentas de Tarantino. Tudo isso, somado ao uso de cores vivas e marcantes, cria uma estética própria e inconfundível.
Talvez o ápice dessa mistura esteja em Kill Bill, onde o diretor ainda adiciona elementos da cultura oriental para criar uma história de vingança e redenção única!
3. Filmes não-lineares
Outro grande diferencial na obra de Tarantino está na maneira como os seus filmes se organizam: o diretor gosta de contar histórias de forma não-linear. Calma, eu explico: veja o exemplo de Os Oito Odiados, seu longa mais recente! O enredo não se passa com um começo, meio e fim, como a maioria das produções.
Tarantino gosta de brincar com isso, apresentando os fatos de maneira diversa, usando de muitos flashbacks para mostrar os eventos. Essa característica é ainda mais evidente em Pulp Fiction.
No longa, o diretor nos conta a história em cenas que não são sequenciais. Primeiro vemos um casal assaltando um bar, depois uma dupla de assassinos de aluguel, um lutador de boxe e sua esposa e por aí vai. Os núcleos parecem foram de ordem e separados, embora tudo faça sentido no final das contas.