As primeiras impressões do live action de O Rei Leão foram, em sua maioria, bem positivos. Há um efeito apontado por alguns críticos, no entanto, de que talvez o filme acabe entrando no "Vale da estranheza". Você deve estar se perguntando: vale da estranheza? Calma, a gente explica!
Vale da estranheza é um conceito da estética que diz que, quanto mais parecida com a aparência humana uma criação tem, mais nós tendemos a gostar dela. Parece bom, não é? Não tanto: a partir de um certo grau de semelhança, nós deixamos de nos conectar e criamos repulsa pelo objeto.
Pra te explicar melhor o que é isso, preparamos uma lista com 4 filmes que acabaram caindo no vale da estranheza e um que soube usar isso a seu favor!
Beowulf - 2007
Uma adaptação da clássica lenda da mitologia nórdica, Beowulf revolucionou ao usar técnicas de captura de movimento para criar animações em CG hiper-realistas. Os resultados foram muito impressionantes para a época: a riqueza de detalhes nos personagens chamou a atenção nos trailers.
No entanto, nos cinemas, os efeitos que impressionavam nas prévias e divulgações não tiveram o resultado esperado: ao invés de oferecer realismo às cenas, a sensação que se tinha é de que algo estava errado com aqueles personagens, o que comprometia à imersão na trama do filme. Uma pena.
O Expresso Polar - 2004
Do mesmo diretor de Beowulf, Robert Zemeckis, O Expresso Polar consta no Guinness como o primeiro longa totalmente filmado com o uso de captura digital. O filme adaptava um conto de natal infantil e tinha no elenco Tom Hanks e Steven Tyler.
Apesar de emocionante e revolucionário para a época, o filme não resistiu ao teste do tempo: quem assiste hoje se assusta com o tom macabro que os efeitos limitados da animação geraram nos personagens.
Final Fantasy - 2001
Quando as notícias de que uma adaptação de Final Fantasy saíram, os fãs da franquia ficaram muito empolgados: a informação é de que uma tecnologia revolucionária seria usada no longa, alcançando texturas e efeitos nunca antes vistos no cinema.
Mas o filme foi uma grande decepção: além de não apresentar nada nem próximo do que era visto nos videogames, os efeitos não foram o suficientes para salvar o longa. O que ficou para a história foi o realismo dos cabelos dos personagens.
Matrix Reloaded - 2003
Matrix foi um marco no cinema mundial, tornando-se um dos mais icônicos filmes do final dos anos 90 e começo dos anos 2000. As lutas bem coreografadas e o uso extenso de computação gráfica, aliadas a um roteiro incrível, fizeram de Matrix uma referência.
Mas a sequência não foi tão feliz: Matrix Reloaded apostou pesado no CG para substituir a principal luta do filme. Mas as coisas acabaram não saindo tão bem e a cena ficou extremamente artificial. Os movimentos dos personagens são estranhos e pouco naturais, sem expressões faciais nos rostos. Um desastre.
Quando o vale da estranheza foi bem usado: Alita - Anjo de Combate (2019)
Sabendo que mesmo com os melhores efeitos nem sempre é possível escapar do vale da estranheza, Alita - Anjo de Combate escolheu aproveitar esse efeito na narrativa do longa. Para simular o estranhamento que a andróide causaria nos humanos do longa, os produtores optaram por reforçar as características diferentes da personagem, afetando a audiência.
Apesar de o filme ter seus problemas, essa decisão foi muito acertada: ao abrir mão de um hiper-realismo forçado, Alita - Anjo de Combate usa o vale da estranheza a seu favor e diferencia a personagem dos humanos "normais".
E aí? Acha que O Rei Leão vai cair no vale da estranheza?
O Rei Leão estreia dia 18 de Julho.
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